segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Uma história real pode virar um livro?

É difícil acreditar, não é? Mas muita coisa pode ser passada para os livros. Hoje veremos um vídeo do projeto Marcapasso, uma parceria de Rafinha Bastos com Leo Rapini.
O projeto foi realizado com a intenção de nos trazer inspiração e motivação, e, mesmo assim, vai um pouco além, como veremos a seguir:


(Caso não consiga visualizar, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=KpMxRSIbnlQ)


Uma história pode ser real ou fantasiosa. No começo, pensaríamos que a história d'A Princesa de Óculos é de mentirinha, mas, como vimos no final, a personagem ganhou vida. Ela não enfrentou o monstro cheio de garras de verdade, mas passou por grandes apuros!

Para uma história ser uma história de fato, o necessário é trazer humanidade aos personagens. Seja numa história real ou de fantasia, os personagens precisam mostrar seus sentimentos!

Ah, estava me esquecendo: Se você gosta de escrever ou de ouvir/contar historinhas, você precisará se alimentar bastante bem e receber muito carinho!
Então me despeço com uma música, afinal literatura e música, como as outras artes, sempre caminham juntas! Leitinho - Arnaldo Antunes

Livros para quem ainda nem sabe ler

Quão lindas são aquelas cenas de filme nas quais os pais leem livros para o(a) filho(a) dormir?

Elas podem ser reais e fazem uma grande diferença na vida de qualquer criança. Através do hábito de ler para os filhos, os pais podem fazer muito mais do que apenas ajudá-los a adormecer. Há uma grande variedade de livros voltados para pequeninos entre as idades de 2 a 6 anos e que ainda nem passaram pela alfabetização. Esses livros geralmente possuem pouco texto e muitas figuras, texturas e cores, para estimular o interesse e os sentidos das crianças. Além de ser uma excelente forma de passar o tempo na companhia dos pequenos e fortalecer vínculos emocionais, ler para (e com) as crianças é também um ótimo instrumento para ensinar desde coisas básicas como cores e formas até valores morais (e eles provavelmente vão aprender a gostar de livros desde cedo).

Alguns exemplos:


Adivinha Quanto Eu Te Amo - Sam McBratney


Sinopse: Às vezes, quando se ama alguém muito, mas muito mesmo, fica o desejo de achar um jeito de mostrar quanto esse sentimento é grande. Nesta fábula, o Coelhinho e o Coelho Pai vão acabar descobrindo, que o amor não é uma coisa assim tão fácil de medir...

Coleção Janelas do Mundo - Núria Roca


Sinopses: "1 Árvore genealógica" - A partir da observação da árvore genealógica, a criança pode compreender relações de parentesco, diferenças e semelhanças de cada família, complexidades decorrentes da vida em tempos passados e, também, nos dias atuais.
"2 Materiais - o natural e o fabricado" - Algumas coisas são feitas com material obtido diretamente da natureza, e outras são fabricadas com materiais artificiais. A criança é convidada a observar diferentes materiais - como madeira, papel, metal, vidro, lã, cimento e muitos outros - e a perceber a adequação de cada um deles.
"Os 3 Erres - reutilizar, reduzir, reciclar" - As três palavras que começam com a letra R (reutilizar, reduzir e reciclar) nos ensinam a cuidar de nosso planeta. São " três erres" que apresentam diferentes modos de diminuir a poluição ambiental, para que nosso planeta seja preservado e a água que bebemos esteja sempre limpa.
"Os 4 Elementos" - Ao explorar os tradicionais quatro elementos básicos - ar, água, terra e fogo -, as crianças aprendem o papel vital que essas forças desenvolvem tanto na natureza como nas atividades humanas. As últimas páginas do livro trazem jogos relacionados com os quatro elementos.
"Os 5 Sentidos" - Ao explorar a relação entre suas percepções e o meio ambiente, as crianças descobrem formas mais criativas e divertidas de interação com seus pares, com os adultos e com o ambiente em que vivem.

Coleção Pequenos Gênios - Michael Dahl


Sinopses: "O Cavalinho Escova os Dentes" - Você sabia que o cavalinho adora escovar os dentes? Descubra nesse livro como ele faz isso e divirta-se!
"O Almoço do Coelhinho" - Você sabe o que o coelhinho come? Do que ele mais gosta? Descubra nesse livro e conheça um grande guloso!
"O Banho do Porquinho" - Você sabia que o porquinho também precisa tomar banho? Mas ele vive fugindo! Descubra nesse livro como ele finalmente ficou limpinho.
"O Patinho Usa o Penico" - O patinho precisava usar o peniquinho. Descubra nesse livro como ele conseguiu deixar de usar fraldas e se tornar um patinho crescido!

Vai, você consegue! - Ole Könnecke


Sinopse: Às vezes, os desafios da vida parecem ser maiores do que a força e coragem. Este livrinho ilustrado conta a história de Breno, um pássaro que teve de fechar os olhos para enfrentar seus medos.

Minha chupeta virou estrela - Januária Cristina Alves


Sinopse: Pedro amava sua chupeta verde, mas teve que abrir mão dela para não perder seu dente. Uma escolha difícil e desafiadora para um menino pequeno, mas a fantasia e a imaginação ajudaram Pedro a perceber que se um prazer se vai, há outros para colocar em seu lugar.
As crianças entre três e cinco anos estão entrando e se adaptando à escola e a chupeta é um objeto transacional importante, por isso, é fundamental que o desapego dela seja feito de maneira cuidadosa e delicada. Este livro pode ajudar aos pais e professores a encontrarem maneiras criativas de auxiliar à criança a fazer essa passagem.
O Gato Xadrez - Isa Mara Lando


Sinopse: O gato xadrez passa por várias transformações até encontrar o seu verdadeiro estilo, como uma grande brincadeira, o gato xadrez fica listrado, quadriculado, colorido, todo enfeitado, mostrando como é gostoso se descobrir e achar seu próprio estilo.

Abaixo um vídeo sobre o livro "O Gato Xadrez":




É isso. Por último deixo o link da editora Brinque-Book (clique no nome da editora), que possui um site tão incrível a ponto de dar vontade de morar dentro dele ;D







O Pequeno Príncipe




O livro Pequeno  Príncipe foi escrito pelo francês, Antoine de Saint-Exupéry e é o segundo livro mais vendido do mundo ( ficando atrás apenas da Bíblia). Só no Brasil cerca de  oito milhões de livros já foram vendidos. 

   Por ser um piloto de avião, Exupéry viajou por muitos locais, conheceu muitas pessoas e diversas culturas, e como forma de registrar suas viagens (criativamente) ele escreveu "O Pequeno Príncipe". Além disso, o autor  também  queria fazer com que os leitores refletissem sobre suas vivências e ,principalmente, sobre a maneira como se relacionavam com outras pessoas. 

  Antoine  De Sant-Exupéry
    O Pequeno Príncipe é uma alegoria sobre a amizade e a transcendência dela. O livro se insere numa tradição literária: Fábulas de ensinamento. Pois, além de sua narrativa ter uma "pegada" de fábula e também tem um questionamento moral. 
  


O Pequeno Príncipe conta com uma aventura por planetas imaginários e ainda trata de problemas que são muito comuns para muitas pessoas. O mais interessante é que o autor discute esse tema de uma maneira sutil, utilizando o ponto de vista de uma criança sobre o "mundo adulto". 



A história é bastante profunda e filosófica, te fazendo pensar, parar e refletir sobre o que o Exupéry quis subentender em cada frase de seu no livro. Vale a pena ler!

Eu já li uma fábula? Mas o que é fábula?

As fábulas (palavra derivada do latim fari, falar, do grego pbaó, dizer”) é a forma de narrativa breve que tema intenção dar uma lição. É composta por personagens animais falantes que se comportam como humanos. Ao decorrer da história, nas entrelinhas, sempre ocorre a denúncia de erros de conduta e comportamento das pessoas. E ao final há a moral explícita. 



Quem escreve fábulas?

Desde sempre a fábula foi um dos gêneros narrativos mais populares na sociedade. O nome dado ao escritor de fábulas é Fabulista. O grego Esopo (séc. VI a.c) foi o primeiro fabulista ou criador/divulgador de fábulas (As famosas fabulas de Esopo!). Então à ele se atribuiu a paternidade da fábula como gênero literário. Uma das mais famosas fábulas de Esopo é “A raposa e as uvas”. A fábula é tão famosa que na língua inglesa, a expressão "azedar uvas" que refere-se à negação de um desejo por algo que não se adquire facilmente ou à pessoa que detém essa recusa, deriva desta fábula. Há expressões similares também em outros idiomas.


De uma olhadinha em “A raposa e as uvas”
Estava uma parreira carregada das uvas mais apetitosas e maduras; cada cacho fazia vir um favo de mel à boca. Apareceu uma raposa; como as não cobiçariam? Começou a fazer esforços e diligências por alcançá-las, mas qual! Estavam muito altas. Por fim vendo perdido o tempo e o trabalho: “Agora reconheço que estão verdes, disse o animal, não gosto da fruta assim.” E foi-se consolada.
Moral da história: É costume de muitos desfazer naquilo que não podem possuir. A cobiça consola-se, deprimindo o que não pode alcançar. <- olha a moral aqui! ;)
Lembrando que essa fábula (e muitas outras fábulas) foi reescrita for outros fabulistas.
Seguindo Esopo, em Roma há o grande fabulista Fedro (séc. I d.c.). Ele enriqueceu estilisticamente muitas fábulas do antecessor, além de que Esopo não tinha deixado nenhuma fábula escrita. Em suas histórias Fedro normalmente escrevia satíricas e algo mais sério, tratando das injustiças, dos males sociais e políticos.
"A fábula tem dupla finalidade, entreter e aconselhar." 
Fedro 

Não deixe de ler “O cão e seu reflexo no rio”

O cão e seu reflexo no rio”
Era uma vez um cão que encontrou um osso. Abocanhou-o e correu para casa para saboreá-lo com calma. Pelo caminho, teve que passar por cima de uma tábua que unia as duas margens de um riacho.
Nisto, olhou para baixo e viu o seu reflexo na água. Pensando que era outro cão com um osso, resolveu roubar-lhe. Para assustá-lo, abriu a boca e arreganhou-lhe os dentes. Ao fazê-lo, o osso caiu na água e foi arrastado pela corrente. 
 Moral da história: Contenta-te com o que tens e não cobices o que pertence aos outros.

            Já na era clássica (séc.VII), o grande fabulista foi La Fontaine que recriou as fábulas originais e criou outras. Além de fabulista Jean de La Fontaine foi também poeta. A ele foi atribuído o título depai da fábula moderna.
Sobre a natureza da fábula declarou:
 “É uma pintura em que podemos encontrar nosso próprio retrato”. 
Algumas fábulas escritas e reescritas por ele são: A Lebre e a Tartaruga, O Homem, O Menino e a Mula, O Leão e o Rato, e O Carvalho e o Caniço.


Leia: A cigarra e as formigas

       Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De repente aparece uma cigarra:
- Por favor, formiguinhas, me dêem um pouco de trigo! Estou com uma fome danada, acho que vou morrer.
As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram:
- Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?
- Para falar a verdade, não tive tempo – respondeu a cigarra. – Passei o verão cantando!
- Bom... Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando? – disseram as formigas, e voltaram para o trabalho dando risada.

Moral da história: Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro. 
É melhor estarmos preparados para os dias de necessidade.

Curiosidades

  •  Leonardo da Vinci foi também um grande fabulista. Algo que chama a atenção em suas fábulas era o valor que Da Vinci dava à Liberdade que, para ele, “era o Bem supremo da humanidade.”
  • Foram atribuídas ao Esopo a autoria de 400 fábulas, recontadas por vários escritores até os dias de hoje. 
  • Apesar do período histórico as fábulas de Esopo tratam de assuntos bem atuais e nos fazem refletir se realmente evoluímos tanto assim.
  • O famoso livro “O pequeno príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry é considerado uma fábula.



          Você conhece Lygia Bojunga?


      Lygia Bojunga é uma reconhecida e importante escritora brasileira de literatura infanto-juvenil. Seus livros fazem sucesso mundialmente e são super recomendados aqui no Brasil e também em outros países.



Sabe a quem ela é comparada no cenário brasileiro?


       A Monteiro Lobato! Aqui no Brasil consideram Lygia uma sucessora desse grande escritor por ela conseguir criar um espaço em que a criança e o jovem conseguem resolver conflitos por meio da imaginação.



Já leu alguma obra da autora?

Ela já escreveu 22 obras: Os colegas; Angélica; A bolsa amarela; a casa da madrinha; Corda bamba; O sofá estampado Tchau; O meu amigo pintor; Nós três; Livro, um encontro; Fazendo Ana Paz; Paisagem; 6 vezes Lucas; O abraço; Feito à mão; A cama; O Rio e eu; Retratos de Carolina; Aula de inglês, Sapato de salto; Dos vinte 1 e Querida. Ufa! É muita história boa pra ler!


Se você ainda não leu Lygia Bojunga, comece por um de seus grandes clássicos: A Bolsa amarela - uma linda história de uma menina que entra em conflito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades (que ela esconde numa bolsa amarela) – a vontade de crescer, a de ser garoto e a de se tornar escritora. Enquanto acontecem episódios reais e fantásticos, uma aventura espiritual se processa, e a menina segue rumo à sua afirmação como pessoa.


                
Ou se preferir viajar por uma surpreendente história de coragem, comece por Corda Bamba em que, com cuidado, Lygia "estica a corda" e nos transporta da realidade para a fantasia fazendo-nos compreender que podemos caminhar sozinhos e sermos bem sucedidos, mesmo que andemos na corda bamba.


Boa leitura!